domingo, 28 de dezembro de 2014

Leituras 2015!!!

Oi queridos!! Desculpem a sumida, mas final de ano fica muito complicado, pois tenho que fechar nota de alunos, dar recuperação, cuidar da casa  e  ainda fiquei doente. Enfim, uma loucura! Mas, bora lá que 2015 já está aí e tentarei ser o mais organizada possível esse ano!tsc tsc....
Devido a ter ficado doente fiz algumas leituras que estavam pendentes e estarei fazendo a resenha aos poucos pra vocês e deixando o link neste post. São os títulos:
1- Passarinha, Kathryn Erskine. Ed: Valentina
2- Eleanor & Park, Rainbow Rowell. Ed: Novo Século
3- Queria ver você feliz, Adriana Falcão. Ed: Intrínseca.
4- Como eu era antes de você, Jojo Moyes. Ed: Intrínseca.
5- Sete monstros brasileiros, Braulio Tavares. Ed: Fantasy
Abaixo segue também a lista de livros para leituras em 2015. São 12 livros e o Projeto de Leitura de Borges. As informações detalhadas do Projeto e o cronograma de leitura estarão aqui e quem quiser participar é só entrar em contato pelo e-mail ou na página do Face, ok?

Janeiro- Se eu ficar






 Fevereiro- Clarice na Cabeceira




Março- Um Dia




Abril- Terapia do Chocolate




Maio- Fogo fátuo


Junho- Anexos




Julho- As irmãs Gilly




Agosto- Geografia dos mitos brasileiros



 Setembro- O Pintassilgo






Outubro- O Clube do livro do fim da vida




Novembro- Vermelho Amargo


  
Dezembro- Cartas do Papai Noel


Nenhuma dessas leituras são fechadas ou obrigatórias, pois minha prioridade é o Projeto de Leitura do Borges, porém tentarei seguir conforme a listagem que passei acima. Quem quiser acompanhar a listagem e contar o que achou de suas leituras é só ir postando durante os meses aqui. 
Um Ano Novo repleto de coisas boas e felicidades para todos e boas leituras em 2015!

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Primavera de Livros

Dia 2/11 fui até o  Catete para visitar a Primavera de Livros, um evento bem bacana que estava rolando por lá. O evento estava acontecendo mais especificamente no Palácio do Catete um casarão antigo que durante muitos anos abrigou a sede do poder executivo brasileiro e que a partir de 1970 passou a abrigar o Museu da República. O casarão tem uma história bem ampla e interessante e vale uma visita tanto de cariocas quanto de turistas.


Já o evento foi uma feira de livros com a participação de várias editoras bacanas que estavam dispostas em stands no belíssimo gramado do local.
As editoras estavam dando descontos generosos e valeu muito a pena comprar os livros desse mês lá, pois achei livros que queria a muito tempo com 50% de desconto.
Além dos stands ainda haviam diversas atividades que envolviam mesas redondas, contação de histórias etc



terça-feira, 11 de novembro de 2014

Crônicas semanais da vida diária #9


RITMO



Idas a feira... Quantos cheiros, sabores e descobertas!
Dias ensolarados de feira! 
Quando ela calçou as sandálias rasteiras e pegou a bolsa xadrez sabia que ia tirar Cronos pra brincar.
Cronos que sempre queria correr dela quando via que divagava com a felicidade. Cronos paciente quando via que às vezes a felicidade estava distraída demais pra dar a atenção que ela gostaria. E como isso a fazia sofrer... Nessas horas Cronos sentava ao seu lado e brincava com uma mecha de seus cabelos e soprava as lagrimas de seus olhos tentando lembrar para ela que sempre a felicidade voltava para mais uma conversa.
Às vezes, Cronos era brincalhão e queria que ela brincasse de adivinhar. Naquele momento andava ao seu lado na feira. Todo sorridente querendo que ela adivinhasse como faria para ser feliz naquela feira com a felicidade tão distraidamente absorta em outras questões. Ela não sabia, mas pegou na mão dele e saiu puxando o tempo no meio de antiguidades das mais variadas, pois Cronos sempre, apesar de curar, deixava algumas marcas tanto nas pessoas como nas coisas. Algumas marcas sutis outras nem tanto .
Ela continuava puxando Cronos pela feira querendo que ele andasse depressa para poder verem tudo e ele querendo que ela andasse mais devagar para sentir tudo. Passaram por pessoas cantando, pessoas dançando e passaram por artesanatos que eram filhos de Cronos com os artesãos.
Foi quando ela avistou o moço que jogava as bolas coloridas para o ar fazendo malabarismos no meio da feira. Ela arriou a bolsa no chão próxima a ele e ele veio ensiná-la a fazer. Ela passou a bola de uma mão para outra e Cronos riu. O moço dando voz a ele falou:
-Não é só passar de uma mão pra outra trocando de lado é preciso fazer do jeito certo.
E tomando os malabares da mão da moça mostrou novamente como se fazia,
Enquanto uma bolinha fazia no ar parte do seu trajeto a outra subia suavemente em uma dança organizada. Quando a primeira encostava na mão era lançada novamente ao ar e dava assim lugar para a segunda bolinha. Cronos sorrindo olhava para a moça qeu acompanhava encantada aquele balé. E ela escutou (e até hoje não sabe se foi o moço ou se foi Cronos que disse):
- É preciso respeitar o tempo do tempo para que as coisas aconteçam sem erros. Não adianta acelerar ou atrasar nada.
Ela levantou a cabeça assustada e Cronos ainda olhava para ela sorridente. Ela olhou para ele fraternalmente e agradeceu ao moço. 
E seguiram juntos e calmamente de mãos dadas pela feira... A moça e o Cronos


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

American Horror History 4



Estreou esse mês a 4º temporada da série. Como das outras vezes o elenco é composto basicamente pelos mesmos atores das outras temporadas, ou seja, podemos aguardar ótimas interpretações e personagens bens construídos.
A história desta temporada, The Freak show ou traduzido Show de Aberrações, se passa em uma cidadezinha do interior dos Estados Unidos chamada Júpiter. Nessa cidade começam a acontecer diversos assassinatos e a população local passa a achar que são os artistas do circo das aberrações que estão cometendo os crimes.
Mais uma vez temos Jéssica Lange nos apresentando a sua Elsa Mars que é a dona do circo. Acho que o mistério que girava em torno dela podia ter demorado a ser esclarecido e achei ela permissiva com relação às coisas que acontecem dentro do circo
Eu fiquei os dois primeiros episódios tendo vários questionamentos entre eles como essas pessoas estabeleciam a relação delas com a sociedade e como para elas seria apresentar seus corpos para outras pessoas, ou seja, como  se estabelecia essa relação entre pessoa/corpo/sociedade. Sociedade que permitiu e naturalizou muitos abusos e humilhações sofridos por essas pessoas,
Tem um livro, infelizmente raríssimo, sobre esses shows mostrando fotos e relatos e contando um pouco de como foi essas apresentações e quem participava.  Estou louca pra ter ele mas tá difícil achar.


Outra coisa que fiquei pensando é quem são os monstros?  Quem levanta esse questionamento muito bem é o personagem Dandy Mott (Finn Wittrock) e a relação que ele estabelece com o palhaço. Tem uma cena deles que é logo assim que eles se encontram e nossa... Não quero falar muito pra vocês poderem acompanhar.
Só torço para o personagem do palhaço não ser uma releitura do personagem de A Coisa criado pelo Stephen King.
Enfim vamos aguardar os próximos episódios e como toda temporada nada é o q aparenta ser!

Para assistir aos episódios online só clicar aqui.


domingo, 19 de outubro de 2014

Crônicas Semanais da Vida Diária #8

Contos de FÁ...bulas


Dois rapazes, vizinhos e amigos desde sempre, cresceram como irmãos. Dividiam as dores, os sorrisos...menos as garotas, isso era de lei. Dividiam até a conta do chopinho de sexta porque papear com o melhor amigo é o que existe de mais relaxante.
Padrinhos de casamento um do outro, padrinhos dos filhos um do outro resolveram morar no mesmo prédio. Vizinhos de porta. 
Pela manhã, saiam correndo para o trabalho e falavam do jogo, xingavam o time, falavam dos filhos, das esposas, do trabalho,  menos de política, pois nessa questão eram tão diferentes que as ideias de um nunca  conversavam com as do outro, mas isso nunca foi problema e seguiam amigos como sempre.
Um dia, a coisa começou a ficar quente em  Moscápolis, país onde moravam.
Dois grandes partidos iam entrar em campo para defender suas propostas e determinar o futuro daquele país pelos próximos quatro anos. A disputa estava muito tensa e os defensores de um ou de outro se degladiavam em praça pública dando golpes com aviõezinhos de papéis e tacando malas uns nos outros.
Os dois amigos estavam muito eufóricos com todo esse alvoroço e escolheram logo os seus candidatos: um passou a defender Toninho Mamata e o outro a defender Tião Cuecão. Defenderam tanto que se esqueceram um do outro. Se esqueceram tanto que se ofenderam. Se ofenderam tanto que nunca mais se falaram. Suas esposas e filhos terminantemente proibidos de falar com o vizinho e agora inimigo.
Nos corredores do prédio já não se falavam e evitavam o elevador descendo em horários diferentes ou pela escada caso se esbarrassem.
Tião Cuecão venceu a disputa e o amigo que defendia esse candidato passou a desfilar sorridente e de peito estufado pelos corredores fazendo questão de deixar claro para o vizinho que havia vencido tão importante disputa.
Depois de um ano de governo  descobriu-se  várias coisas sobre Tião Cuecão  e os funcionários públicos de Moscápolis, com o salário espremido pela inflação, como o nosso querido personagem defensor desse político, pediram a renúncia de Tião cuecão.  
Toninho Mamata aproveitou a situação e com um golpe de mestre assumiu o poder se tornando presidente de Moscápolis.
O vizinho defensor de Toninho Mamata foi quem dessa vez não se conteve e pegou a velha cornetinha  dos campeonatos de futebol passados e fez  um alarido por toda a vizinhança principalmente perto da porta do ex amigo de infância.
Passou-se mais um ano em Moscápolis sem que os dois amigos voltassem a se falar. A situação daquele país continuava caótica, pois os combustíveis haviam aumentado e agora a luz também havia disparado. Nosso amigo da cornetinha tinha vendido ela há alguns meses pra pagar uma conta de luz atrasada e passou a ir e voltar do trabalho de bicicleta para economizar dinheiro.

E em uma dessas manhãs qualquer em que se tem que fazer o mesmo de todos os dias os dois vizinhos saíram para trabalhar e ao sair se encontraram, se olharam, fizeram um aceno com a cabeça, esperaram calados o elevador e calados entraram nele quando chegou no andar em que estavam.  E, quando foram apertar a o botão para o térreo, a luz do prédio acabou.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

TAG dos Infernos

Olá!! Hoje estarei respondendo a tag da Tatiana Feltrin aqui. A TAG se chama:

TAG dos Infernos

Uepaaaaa!!Bem dentro da proposta do nosso Outubro Macabro e consiste em responder algumas perguntas indicando 3 itens (pode ser mais) que envolvem o tema, óbvio: Terror.
Bom se eu pudesse escolher alguém pra responder essa TAG seriam os meninos do Pipoca e Nanquim aqui. Então, caso um dia vocês vejam esta TAG meninos respondam! Seria interessante saber os tops do horror de vocês. Enquanto eles não notam minha humilde presença...(tsc, tsc) quem quiser responder é só postar o link para eu dar uma conferida!
Bjs e boa TAG!

1- Três desenhos assustadores:


  •  O fantasma de Scrooge- Baseado em um conto clássico de Charles Dickens este desenho é medonho. Tudo bem que no final tem uma lição de moral e o final é fofo e coisa e tal, mas vamos convir que do nada surgirem fantasmas na sua frente é no mínimo apavorante. Gente o que são aqueles fantasmas? 

  • O estranho mundo de Jack: Como unir Natal e um mundo aterrorizante? Era isso que Jack queria descobrir...

  • Coraline: Uma garotinha insatisfeita  com seus pais acha uma porta secreta para um mundo perfeito. Só que mundos perfeitos não existem e ela faz macabras descobertas.


Vou acrescentar a subcategoria Animações nesse item de desenhos e citar 3 títulos:

  • Alma: Uma menininha passeia pelas ruas frias de sua cidade quando encontra uma loja de bonecas. Para saber o que acontece  assistam.


  • O Retrato Oval: Essa animação mostra o terror que pode ser causado pela mente humana.

  • Vincent:Criado por Tim Burton, Vicent é um menininho de 7 anos um tanto quanto singular. Confira a historinha dele abaixo.




2- Séries de horror:

  • Clube do terror e Contos ds Cripta: são duas séries de terror da década de 90. a primeira é um grupo de amigos que se reúnem em volta de uma fogueira e cada dia um deles conta uma história e Contos da Cripta era uma série apresentada por uma caveira medonha e era ela quem contava as histórias. 



  • American Horror History: Lembro que quando assisti a primeira vez  me apavorei e não quis assistir mais porém, dei uma segunda chance e  é muito bom, principalmente a primeira temporada. Cada temporada é uma história diferente com os mesmos atores e a construção dos personagens  é muito boa.




3- Músicas:
  • As músicas mais macabras na minha opinião fazem partem da playlist ali do lado . Então, dá uma conferida.

4- Filmes:

  • O Chamado: Eu não sou de sentir medo em filmes de terror, mas tem um personagem de terror que eu tenho total pânico (não sei o motivo) e portanto qualquer filme  da criatura eu tenho pavor que é a Samara.



  • Os Outros: Uma família abandonada em uma enorme casa onde fatos estranhos começam a acontecer.E pra fechar um final incrível!



  • O Iluminado: Um clássico do terror. Lembro que a primeira vez que assisti tinham dividido o filme em capítulos e passava em um canal da tv aberta. E sim é um dos filmes mais assustadores que assisti e você fica sempre na dúvida até onde é o sobrenatural ou é a mente humana?





5- livros
  • Esse quesito também já postei minha wishlist. Se fosse escolher 3 seriam os de contos (2 deles terão resenha esse mês aqui no blog):






Então TAG respondida. Espero que gostem e façam a de vocês deixando o link nos comentários para que eu possa assistir, ok? Beijocas.

domingo, 5 de outubro de 2014

Outubro Macabro

Está oficialmente aberto o nosso Outubro Macabro!!!

Neste mês do terror estaremos fazendo resenha de 5 livros  retirados  da wishlist de terror que criamos aqui e postaremos diversas informações sobre esse tema que eu, particularmente, adorooooo!
Os 5 livros selecionados foram:






Já estou lendo A Mulher da Gargantilha de veludo e em breve posto a resenha para vocês. Querendo me acompanhem esse mês e façamos uma grande discussão sobre essas obras aterrorizantes.

Crônicas Semanais da Vida Diária #7

 Na verdade hoje teremos uma poesia pra abrir o Outubro Macabro...Espero que gostem!

Mentes

Descia espiraladamente os degraus
estava há muitos anos vagando
naquela fortaleza, seu umbral.

Nas paredes retratos do ontem
e de todos os que já não vivem mais
e estão sepultados perpetuamente
sob as cruzes e lamaçais.

Tentava sair todo dia
até se desesperar
preso eternamente  aquela 
que um dia jurou amar

Aquelas paredes, seu jazigo.
Não mais humano.
Não mais vivo,
apenas insano.

E nesse insandecer  todo
cuja alma já não mais está no corpo,
era vivo, hoje morto,
a pôde ver sob o luar.

Meio manco, meio sôfrego 
foi na beirada do penhasco a encontrar
penhasco que um dia ,
por infeliz ironia, 
ela acreditou que ia voar

Ela abraçou o horizonte 
e ele que  assistia ao longe 
nada pode evitar 
e seu grito de pavor nunca conseguiu soltar.

Hoje ela voltou.
Voltou para o buscar
trazia  nas mãos a cabeça 
que do corpo se desprendera  
ficando na grama a rolar.

E em meio a toda aquela visão
também se jogou ele na imensidão 
e foi com ela estar.

E de cima do penhasco,
nos galhos das árvores parados, 
apenas os corvos olhavam
para o suculento jantar.


domingo, 28 de setembro de 2014

Crônicas semanais da vida diária#6


Amores especiais

Era um rio de pés apresados. Um rio barulhento cheio de sons desconexos. Um rio que passava e não olhava em volta...e eles estavam lá. Cada um em uma margem e no meio daquele barulho todo ele não a via nem ela a ele.  
Eles não tinham rosto, eram qualquer um. Mas,  apesar daquele rio, eles sentiam, cada um a sua maneia, a presença do outro. Não tinham rostos e isso não importava pra ele ela era Ela e pra ela ele era Ele.
Contava a lenda que a muito tempo outros sem rosto, iguais a eles, tinham conseguido atravessar o rio e se encontrarem, mas eles eram novos demais e a cada tentativa de pisar a margem o rio se tornava mais violento. 
Os meses foram passando...
Ambos cansados deitaram na margem sucumbidos pelo rio.
Foi então que o vento assobiou...
Não uma assobio manso, não uma assobio forte, mas um assobio capaz de levantar saias e despentear cabelos e foi nesse assobiar todo que o vento levou a fita amarela  e desalinhou a trança. Vento que assobiando carregou a fita por sobre o rio e que fez o rio parar para assistir a fita sendo tirada pra dançar. A fita amarela e o vento em um balé magistral 
Foi nesse instante que o rio silenciou,
E então pé ante pé Ela o atravessou...
E enquanto o vento assobiava para a fita dançarina ela chegou na outra margem e eles se viram.
Nesse instante o vento que a nada se prende parou de assobiar para a doce fita amarela que se deixou caiar exausta e magoada no meio do rio que voltou a correr ligeiro e barulhento,
E Ela e Ele seguiram...Ela ainda não via e nem compreendia muitas das coisas que Ele falava e Ele só queria segui-la.
E foram andando lado a lado, junto a margem, virar lenda....Como aconteceu a muitos anos atrás.


domingo, 21 de setembro de 2014

crônicas semanais da vida diária #5

Esperas

Salas de espera....Lugares onde ficamos algum tempo convivendo com desconhecidos e suas esperas particulares. Alguns esperando um novo amor, outros esperando reencontrar uma pessoa querida, esperando conseguir pagar todas as contas, esperando que dê tempo de ir ao mercado, esperando que tudo dê certo na cirurgia, esperando por bebês, esperando o aniversário chegar, esperando o casamento, esperando um milagre... o futuro sempre tão presente nas salas de espera.
Naquela sala, em particular, estava uma mulher sentada contidamente entre duas pessoas que assim como ela esperavam. Qual seria a espera particular dela? Rever o filho que estava em outro país e tinha acabado de ser papai? Poder dançar com seu amor como na primeira vez que se viram sem sentir as dores do peso e da idade? Viajar para conhecer novos lugares?
Ela já estava ali há quase duas horas quando a cabeça não sustentando o peso da espera tombou para trás. Nessa espera toda adormeceu. E como uma criança arteira que aguarda os pais se distraírem o tempo saiu para brincar com o futuro e os sonhos e a mulher relaxou adormecida na cadeira daquela sala...E roncou!
Aquele ronco tão representativo daquele lugar e daquele momento foi tão alto que acordou até as alegrias adormecidas pelo passar das infindáveis horas. E todos que a tudo assistiam envoltos em esperas particulares deixaram a gargalhada se soltar dos grilhões das horas e escorrer pela alma até saírem pelos lábios sonoramente satisfeitos. Amigos silenciosos que se fazem nas esperas coletivas.

Crônicas semanais da vida diária #4


Pronomes Pessoais I


ELA

Ela desceu as escadas da estação de trem rumo à plataforma. Vestido estampado, batom vermelho e um celular branco na mão. Aparentava felicidade e trazia nos lábios um sorriso vazio que só as ilusões que construímos para nós mesmos nos permitem ter.
Chegou de manso e puxou assunto.
Contou do namorado que a buscava sempre, mas haviam roubado o carro dele e ela estava indo encontra-lo. Ele morava em um bairro distante, mas esse não era problema para ela mesmo estando cansada. Aparentemente o ato de busca-la fazia parte de um ritual. Buscar e trazer religiosamente no mesmo dia e no mesmo horário. 
Ela se cala e estabelece com ele uma conversa freneticamente silenciosa ao celular e, após alguns minutos, retoma do nada os relatos de suas aventuras amorosas. Depois, desistindo de falar sentou. Acho q não fui uma boa ouvinte, pois logo a seguir puxou conversa com o rapaz sentado no banco e que se mantivera calado até seus pensamentos terem sido assaltados pela moça de lábios vermelhos que punhetava energicamente o celular. 
Ela repetiu a mesma história com os mesmos atores e passei a perceber a necessidade de reafirmar o ritual dela e do namorado. Passei a observar, de fora, suas palavras e elas me pareceram tão vazias como quando narrou sua história pra mim. Mentiras repetidas tantas vezes se tornam verdades. E ela queria tanto acreditar naquela história.

ELAS 

Elas estavam se vendo pela primeira vez e logo iniciaram um diálogo. Enquanto lavava o cabelo da cliente iam, ambas, lavando a alma das sujeiras que às vezes impregnam a vida como aquela gordura q enfeia a cozinha quando fica muito tempo sem ser removida das paredes.
Foram para a cadeira, cliente e cabelereira, e ambas teceram suas dores. O barulho do secador era a trilha sonora daquele momento e iam madeixa a madeixa destecendo as traições e os abandonos pelos quais tinham passado (uma a dois anos a outra a dois meses). Almas escovadas pela vida e por pessoas confusas que surgiram no decorrer de suas histórias. Elas desfiavam seus contos e assim se descobriram mais fortes. Uma mudando o visual na esperança que ao matar a si mesma (simbolicamente falando) possa enterrar o passado que sobrevive a passagem do tempo. A outra tentando suportar a dor e a culpa de um sentimento que flui por uma estrada de mão dupla, mas cuja uma das vias, apesar da placa de permitido, não tem o trânsito liberado.

TU 

Tu desfiavas no papel frases de libertação. Não conseguia expressar de outra forma a verdadeira avalanche de idéias que no meio da madrugada a acordara. Pegou seu velho caderninho de anotações e ali começou a rascunhar as primeiras frases que passam em sua mente sonolenta até adormecer abraçada ao caderninho, seu confidente de muitas madrugadas. 
Suas bochechas sugando avidamente as palavras daquele rascunho:
Amargas favas de felicidades ilusórias
Realidades de um tempo que nunca tive
Teus sonhos e tuas histórias
Construí nas teias das minhas cicatrizes.
Teu amargor já conheci 
mas és o remédio que cura a dor 
das rotinas das relações vis.

Crônicas semanais da vida diária #3


Entre chocolates e granolas

Idas a mercado são sempre interessantes para quem gosta de observar, transitar e dialogar com seres humanos. Confesso meu lado investigativo comete pequenos crimes amadores como observar a intimidade alheia presente em carrinhos superlotados (ou nem tão lotados assim). 
Carrinhos de mercado me falam um pouco daquela pessoa ou me fazem criar histórias mirabolantes sobre aquele ser e invasão de privacidade se torna meu pequeno delito secreto. 
Quando o alvo da minha investigação facilita minha vida as descobertas não deixam de ser menos interessantes. 
Por exemplo, aquela mulher jovem e bem vestida que vem caminhando tranquila e sem carrinho pelo corredor de gordices e alimentos naturebas (sim, pois colocam Deus e o Diabo te olhando inquisidoramente pra saber se vc não irá cometer o pecado da gula) foi a primeira que despertou minha curiosidade um dia desses.
Me perguntava, quando a avistei, para qual lado ela iria se render quando ela parou sorridente ao meu lado (Deus venceu uma batalha) e disse amigável:
- Será que essas farinhas são boas? Não tenho coragem de comer isso....
Fiquei me questionando se ela queria iniciar alguma dieta...Sem carrinho fica tudo mais difícil.
Falei:
- Nada disso aqui é saboroso moça. Tudo ruim mais precisamos comer então...
Ela sorriu, mas dessa vez foi um sorriso diferente meio amargo e eis q ela me deu mais uma pista. Olhei para suas mãos, sem aliança como suspeitei. Ela tinha passado por uma desilusão.
Ela falou confirmando o que havia pensado:
- É sempre assim né? Tudo q é gostoso faz mal pra gente. Até homem...
Opa!! Estava certa, eu pensei. E sem que respondesse ela continuou no seu pequeno momento divã.
- Bom, mas não é para mim mesmo é para o meu filho é melhor deixar ele escolher.
Tracei o perfil: Separada, o marido que quis terminar o relacionamento, com filho adulto e marombeiro.
Sorri mais uma vez concordando mentalmente e nos despedimos. Ela seguindo sua vida em busca do alimento saboroso que não pese tanto no estômago e eu em busca de mais um crimezinho investigativo.
Ambas engolindo pessoas até achar aquela que iremos saborear.

Crônicas semanais da vida diária #2


No consultório....


Nove da manhã e você entrando na sala de exames eis q quem te recebe é um médico simpático e sorridente com mãos suaves, por volta dos 40, cabelos e barbas grisalhos e cheirando a pasta de dente e perfume caro...minha Deusa interior deu pulinhos!

Após as explicações iniciais sobre o exame e uma apagada de luz inicia-se o diálogo:
- Você precisará tirar o vestido!
- Ahhh...ok. (pessoa tira o vestido de forma constrangida e atrapalhada)
- Vou usar muito gel....seria melhor se retirasse o sutã...
-O sutiã tb? ...ok
- Por favor agora deite de lado....
E começa o troço a passar por baixo dos peitos, do lado, em cima.... me movimento e ele pergunta:
- está doendo? 
-Não estou me posicionando para q vc consiga pegar melhor...
-estou pegando...
Mais algumas mudadas de posição e você e o médico simpático terminam!
Vocês apertam as mãos se despedindo e depois de catar sua vergonha você saía correndo da sala ele te chama e diz:
- Qd estiver no hospital tal fazendo sua cirurgia me procura eu estarei no setor de exame tal!
Você sorri simpática e pensa: Acho q ele gostou dos meus peitinhos!

Crônicas semanais da vida diária #1

Drogas



Percebi q essa semana as drogas fizeram parte da minha vida...

Fui essa semana ao médico, porém a consulta acabou não acontecendo, pois o transito estava uma DROGA e construíram a DROGA da BRT quase dentro do prédio onde se localizava o médico. 
Resolvi, então, voltar para casa e a van que me traria para o conforto do meu lar parou. Quando entrei lá estava um sujeito sentado ao lado do motorista e euzinha tive que vir sentada na janela. Acabou que estar sentada na janela se mostrou muito útil e foi minha salvação, pois dentro da mochila o sujeito carregava DROGAS e sei disso pois o cheiro da erva empesteou a parte onde estávamos eu e o motorista.
Estávamos ficando doidões com aquela marolada herbal e optei por vir a viagem inteira com a cabeça para fora da van.
A pessoa, um senhor idoso, soltou e eu e o motorista agradecemos em coro isso. 
Alguns pontos adiante soltei e fui ao mercado e um usuário de DROGAS veio pedir um dindinzinho para nocautear a massa disforme que já devia ser seu cérebro. A pessoa vinha fazendo voz de criança (pq de criança sentimos pena né?), porém tinha mais de 40 anos.
Fiz o que tinha q fazer no mercado e atravessei a rua para esperar a amiga q traria meu celular que havia esquecido no trabalho...passei o dia sem cel, uma DROGA!
E eis que para minha "sorte" outro usuário de DROGAS veio pedir dindin para alimentar seu vício...
Chegando hoje ao trabalho descobri que uma mãe lunática havia xingado as professoras da escola. Adivinhem de que? DROGADAS!!!
Aeeeee.....
Realmente agora entendo pq minha aluna me desenhou com um cogumelo atrás...Tá tudo uma DROGA!