Esperas
Salas de espera....Lugares onde ficamos algum tempo
convivendo com desconhecidos e suas esperas particulares. Alguns esperando um
novo amor, outros esperando reencontrar uma pessoa querida, esperando conseguir
pagar todas as contas, esperando que dê tempo de ir ao mercado, esperando que
tudo dê certo na cirurgia, esperando por bebês, esperando o aniversário chegar,
esperando o casamento, esperando um milagre... o futuro sempre tão presente nas
salas de espera.
Naquela sala, em particular, estava uma mulher sentada
contidamente entre duas pessoas que assim como ela esperavam. Qual seria a espera
particular dela? Rever o filho que estava em outro país e tinha acabado de ser
papai? Poder dançar com seu amor como na primeira vez que se viram sem sentir
as dores do peso e da idade? Viajar para conhecer novos lugares?
Ela já estava ali há quase duas horas quando a cabeça não
sustentando o peso da espera tombou para trás. Nessa espera toda adormeceu. E como
uma criança arteira que aguarda os pais se distraírem o tempo saiu para brincar
com o futuro e os sonhos e a mulher relaxou adormecida na cadeira daquela
sala...E roncou!
Aquele ronco tão representativo daquele lugar e daquele
momento foi tão alto que acordou até as alegrias adormecidas pelo passar das
infindáveis horas. E todos que a tudo assistiam envoltos em esperas
particulares deixaram a gargalhada se soltar dos grilhões das horas e escorrer
pela alma até saírem pelos lábios sonoramente satisfeitos. Amigos silenciosos que
se fazem nas esperas coletivas.
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