terça-feira, 11 de novembro de 2014

Crônicas semanais da vida diária #9


RITMO



Idas a feira... Quantos cheiros, sabores e descobertas!
Dias ensolarados de feira! 
Quando ela calçou as sandálias rasteiras e pegou a bolsa xadrez sabia que ia tirar Cronos pra brincar.
Cronos que sempre queria correr dela quando via que divagava com a felicidade. Cronos paciente quando via que às vezes a felicidade estava distraída demais pra dar a atenção que ela gostaria. E como isso a fazia sofrer... Nessas horas Cronos sentava ao seu lado e brincava com uma mecha de seus cabelos e soprava as lagrimas de seus olhos tentando lembrar para ela que sempre a felicidade voltava para mais uma conversa.
Às vezes, Cronos era brincalhão e queria que ela brincasse de adivinhar. Naquele momento andava ao seu lado na feira. Todo sorridente querendo que ela adivinhasse como faria para ser feliz naquela feira com a felicidade tão distraidamente absorta em outras questões. Ela não sabia, mas pegou na mão dele e saiu puxando o tempo no meio de antiguidades das mais variadas, pois Cronos sempre, apesar de curar, deixava algumas marcas tanto nas pessoas como nas coisas. Algumas marcas sutis outras nem tanto .
Ela continuava puxando Cronos pela feira querendo que ele andasse depressa para poder verem tudo e ele querendo que ela andasse mais devagar para sentir tudo. Passaram por pessoas cantando, pessoas dançando e passaram por artesanatos que eram filhos de Cronos com os artesãos.
Foi quando ela avistou o moço que jogava as bolas coloridas para o ar fazendo malabarismos no meio da feira. Ela arriou a bolsa no chão próxima a ele e ele veio ensiná-la a fazer. Ela passou a bola de uma mão para outra e Cronos riu. O moço dando voz a ele falou:
-Não é só passar de uma mão pra outra trocando de lado é preciso fazer do jeito certo.
E tomando os malabares da mão da moça mostrou novamente como se fazia,
Enquanto uma bolinha fazia no ar parte do seu trajeto a outra subia suavemente em uma dança organizada. Quando a primeira encostava na mão era lançada novamente ao ar e dava assim lugar para a segunda bolinha. Cronos sorrindo olhava para a moça qeu acompanhava encantada aquele balé. E ela escutou (e até hoje não sabe se foi o moço ou se foi Cronos que disse):
- É preciso respeitar o tempo do tempo para que as coisas aconteçam sem erros. Não adianta acelerar ou atrasar nada.
Ela levantou a cabeça assustada e Cronos ainda olhava para ela sorridente. Ela olhou para ele fraternalmente e agradeceu ao moço. 
E seguiram juntos e calmamente de mãos dadas pela feira... A moça e o Cronos


2 comentários:

  1. Lindo texto! Adorei!
    www.cariocabonita2014.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  2. Gostei muito de seu texto e da relação de proximidade e de distância entre ela e o Cronos. Desejo ler outros textos seus. Abraços. Desejo-lhe um 2015 Feliz e Produtivo. Um forte abraço.

    ResponderExcluir