Entrevistas

Entrevista 1 # Clarice Freire

Sábado (20/09) foi um dia muito feliz para o Tagarelices, pois estivemos presentes na tarde de autógrafos do livro Pó de Lua  Resenha Aqui  acompanhando e entrevistando a talentosa e encantadora Clarice Freire.

O evento aconteceu na Livraria Cultura   que delicadamente Nos recepcionou com poemas da autora espalhados em lousas pela iivraria e contou com a equipe da Editora Intrínseca , Responsável pela publicação do livro e com Pedro Gabriel autor de Eu me chamo Antônio e grande amigo de Clarice.


E, assim como eu, muitos leitores fizeram fila para  conquistar seu autógrafo e chegar mais pertinho de Clarice.



 Acompanhem abaixo o bate papo:


Tagarelices: Em uma entrevista você cita que as pessoas falam através de compartilhamentos nas redes sociais. Qual o papel, no futuro, que essas mídias terão na divulgação do trabalho de autores e como se estabelecerá a relação Editora / autores blogueiros?

Clarice Freire: Eu acho que não precisa falar em futuro, a gente já pode falar no presente. É um movimento que já tá acontecendo é isso que é o incrível de ver. Há pouco tempo atrás você via os autores saindo das prateleiras pra internet e hoje você já vê sim acontecendo dos autores saírem da internet para as prateleiras e eu acho que isso já é um fenômeno maravilhoso porque nem tudo que se coloca na internet é um conteúdo relevante pra se sustentar fora dela. Eu acho que o papel das editoras é ter uma sensibilidade para justamente identificar esses materiais e entender qual seria a maneira de torna-lo offline, de transforma-lo em uma obra literária ou seja no que for. O papel das editoras já é e vai continuar sendo esse de ter essa sensibilidade porque antigamente só tinha relevância ou voz ou poderia mostrar o trabalho quem tivesse algum meio pra isso ou algum contato e hoje com a internet todos podem expressar suas ideias, sua arte, seu trabalho e naturalmente quem faz sucesso precisa ser no mínimo olhado com atenção. Ele já chamou atenção por algum motivo e tem todo tipo de coisa. tem a brincadeira, que eu adoro, mas que não se sustenta muitas vezes porque é a brincadeira pela brincadeira e tem também aquele conteúdo que ele é literário, que ele é poético, que ele é relevante  no segmento que ele tá atendendo e nas referencias que ele esta trazendo seja na publicidade, na culinária, na arquitetura ou na moda. Quantos nomes tem surgido porque ganham força e relevância na internet. Acho que é um movimento que só tende a crescer e espero que cresça, pois eu espero que as pessoas possam compartilhar suas idéias na internet, seu trabalho, sua arte. E que boas e grandes editoras tenham esse bom senso a sensibilidade de entender isso e trabalhar pra fora da rede.






Tagarelices: Com todo esse movimento que envolve o lançamento e a divulgação do livro o título de autora já soa mais familiar?

Clarice Freire: (rss) Você leu meu texto (rss) ... já !!! Eu acho que agora já da pra falar e eu olho. Já consigo atender e achar que esta falando comigo. Realmente eu acho que é muito bonito porque não sou eu que me reconheço as pessoas que me reconhecem como autora. e eu acho que fica mais fácil pra mim me reconhecer na medida que as pessoas vão me reconhecendo e isso não tem preço.
 
Tagarelices:  A sua poesia tem todo um trabalho imagético que agrada aos jovens leitores. você teria uma definição de faixa etária para seus livros?


Clarice Freire:  Não é o que eu acho, é o que eu vejo. O público jovem tem uma empatia muito grande até por conta da internet, mas realmente não há uma faixa etária que defina meu trabalho então, tem gente de 60, de 80, 40, 30, 12. Na fila dos autógrafos eu vejo chegar a mãe e a filha cada uma com o seu livro. A vó e neta cada uma com o seu livro. e não é que a neta está comprando um para a avó é porque ela quer o autógrafo também e isso e muito bonito de ver. Hoje mesmo chegou um homem de 45 sozinho que veio pra pegar autógrafo pra ele. Hoje o meu trabalho esta partindo pra outro segmento que é o segmento do mercado literário e ele consegue abranger mais gente de todas as idades, até mais que a internet. Pra mim e muito bonito ver. É um fenômeno ver tanta gente de tanta idade. Poesia, arte ... não tem preconceito.

Tagarelices: As suas poesias trabalham muito a questão da linguagem e o brincar com palavras. Como elas podem estar se tornando um material didático? Você pensa em estar fazendo alguma coisa voltada para isso?


Clarice Freire: Eu não pensei, mas os professores já estão fazendo. Eu recebi inúmeras fotos, mensagens, e-mails e depoimentos de professores do Brasil inteiro. Colégios públicos, particulares, do interior, da capital, São Paulo, Nordeste...de todos os lugares. Trabalhos lindos que estão fazendo com crianças, com adolescentes e pedidos para que eu incentive a leitura. Para mim nada me emociona mais que isso, muitas coisas me emocionam em relação ao meu trabalho. Uma professora pediu para eles fazerem cartazes para reproduzirem as poesias. Outra professora pediu para eles fazerem  uma poesia  estilo do Pó de Lua, ou seja, pegar uma sílaba e  fazerem mil coisas com setas ou botando uma ilustração no meio para dar significado. E é lindo ver o que eles conseguem fazer e eles me mandando aquilo e mandando mensagens bonitas. Então existem mil maneiras que eles já me mostraram que são muito criativas e que deram certo. Teve uma professora que me contou que os meninos que ela trabalhava eram vitimas de violência e tudo mais e não conseguiam parar pra ler e que com meu trabalho eles não só conseguiram parar pra ler como todo dia chegavam com um poema novo pra ela, com vontade de escrever. iam na internet e procuravam. Eu não tenho como descrever o que eu sinto. eu nunca ia imaginar que ia chegar nessa proporção.

Depois dessa conversa pedi uns cartões autografados para realizar um  sorteio  para vocês (não deixem de participar, pois os meus já viraram quadrinhos fofos que alegram as paredes do meu quarto). Por fim, pedi um abraço (porque sou dessas) e me despedi dessa fofura com a sensação de estar totalmente sem gravidade.







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